Dermatologia Clínica

Melanoma

Apesar do Melanoma representar apenas 3% dos casos de câncer de pele segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), ele, sem dúvida, é o que mais preocupa pois é o mais letal. Este é o tipo de câncer de pele que se for reconhecido tardiamente, apresenta grandes riscos de metástases à distância e por isto o diagnóstico precoce é tão importante.

Diferente do Carcinoma Basocelular (CBC) e Carcinoma Espinocelular (CEC), o Melanoma pode afetar faixas etárias mais precoces e acometer tanto homens como mulheres. O número de casos novos têm aumentado a cada ano o que gera uma grande preocupação.

Causas

O Melanoma é um câncer da pele que se origina a partir dos melanócitos (células responsáveis pela produção de melanina). Ainda não é totalmente entedida como o dano à estas células provocam o Melanoma mas sabemos que tanto fatores genéticos como ambientais estão envolvidos. Importante dizer que a Radiação Ultravioleta (RUV) não provoca todos os tipos de Melanoma.
Os principais fatores de risco relacionados ao aparecimento de Melanoma são:

– Histórico pessoal ou familiar de Melanoma
– Pele , olhos e cabelos claros
– Exposição solar intensa e esporádica na infância e adolescência com surgimento de bolhas
– Câmaras de bronzeamento artificial
– Pessoas com mais de 50 pintas pelo corpo
– Imunosuprimidos (ex: transplantados)
– Síndromes genéticas raras (Ex: Xeroderma Pigmentoso)
– Antecedentes anteriores de câncer de pele

Sintomas

O Melanoma pode ocorrer em qualquer área do corpo e não apenas nas áreas expostas ao sol. Áreas com pouca exposição solar como as palmas das mãos, plantas dos pés e as unhas também podem ser acometidas.

O Melanoma pode surgir ou não das pintas pré-existentes e observá-las regularmente através da regra mnemônica ABCDE pode ajudar para o diagnóstico do Melanoma:

Assimetria: se dividirmos a lesão ao meio , uma metade da lesão é diferente da outra
Bordas irregulares: as margens da lesão são mal definidas
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta,castanho claro,castanho escuro, cinza, branco,azul)
Diâmetro: quando a lesão é maior que 6 milímetros
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor)

Diagnóstico

O diagnóstico do Melanoma requer uma avaliação clínica cuidadosa e deverá ser complementado com o uso da dermatoscopia manual ou digital .O uso correto deste equipamento aumenta as chances do diagnóstico precoce principalmente nas fases iniciais (melanoma fino), no entanto, requer um treinamento específico pelo médico dermatologista ou cirurgião oncológico. Nesta fase, as chances de cura são altas.

Na suspeita de um Melanoma, recomenda-se a realização de uma biópsia excisional sempre que possível. O diagnóstico histopatológico é de suma importância não só para o planejamento do tratamento como também para o prognóstico. O estudo anatomopatológico confirma o diagnóstico de Melanoma e fornece importantes características na tomada de decisão como por exemplo o Índice de Breslow (mede a espessura da lesão em milímetros), índice mitótico, presença ou não de ulceração entre outros. Pacientes que apresentam muitas pintas (nevos) e apresentam histórico pessoal e/ou familiar de Melanoma devem ser orientados à realizar um exame chamado mapeamento corporal total. Neste exame, com o auxílio de um dermatoscópio digital é fotografada todas as pintas suspeitas que serão documentadas e comparadas com um exame anterior. O objetivo deste exame para este perfil de paciente é remover apenas as lesões suspeitas evitando retiradas e cicatrizes desnecessárias.

Novos exames de imagem para auxiliar no diagnóstico do Melanoma incluem:
– Microscopia confocal (Exame não invasivo que visualiza estruturas microscópicas sem a necessidade de biópsia)
– Tomografia de Coerência óptica
– Ultrassonografia de Alta Frequência.

É necessário avaliar se as células malignas se espalharam para os linfonodos ou para alguma outra parte do corpo a fim de se poder planejar o tratamento, processo chamado de estadiamento. O estadiamaneto é uma etapa fundamental no Melanoma e através de exames complementares é possível avaliar as características do tumor, a localização, se houve ou não metástases e para quais orgãos. Ter conhecimento do estágio que o paciente se encontra auxilia o médico a decidir o tipo de tratamento a ser realizado e o prognóstico de cada paciente.

Tratamento

O tratamento do Melanoma irá depender do estadiamento da doença e várias terapias são envolvidas e dependerá de cada caso. Cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia são as principais abordagens nos casos de Melanoma e, uma vez diagnosticados, é de suma importância o acompanhamento por uma equipe especializada neste tipo de tumor.

Prevenção

As principais medidas para evitar o Melanoma são:
– Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h
– Uso de chapéus , óculos e roupas adequadas
– Uso regular de filtro solar (FPS maior ou igual a 30)
– Autoexame das pintas utilizando a regra do ABCDE
– Consultas regulares com o dermatologista principalmente se histórico pessoal ou familiar de Melanoma

A clínica DERMIC tem uma equipe de dermatologistas/cirurgião oncológico experiente e preparada para atender este tipo de tumor.

Médico Especialista

Dr. Juliano Rebolho

CRM: 21702 | RQE: 19890
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