Muitas vezes confundida com furúnculos de repetição, a Hidradenite Supurativa é uma condição muitas vezes subdiagnosticada no nosso país. Estima-se uma média de 7 anos na demora do diagnóstico correto e o paciente tem um histórico de passagem pelas mais diferentes especialidades médicas retardando  o correto diagnóstico e tratamento.

Causas

O entendimento da Hidradenite mudou drasticamente nos últimos anos impactando no surgimento de novas terapias que têm mudado a evolução da doença. Hoje se entende a HS como uma doença inflamatória crônica em que a infecção bacteriana tem um papel secundário.

Fatores relacionados mais comuns à HS são:
– Histórico Familiar (1/3 dos pacientes têm familiares acometidos)
– Tabagismo 
– Obesidade
– Sexo feminino (tem 3x mais chances do que os homens)
– Início puberdade
– Piora no período menstrual /gravidez

Sintomas

Na HS, nódulos e abscessos surgem de forma crônica e recorrente em localizações específicas como axilas, virilhas, anogenital e  nas mulheres embaixo das mamas que muitas vezes é confundida com furúnculos e tratadas com regimes de ATB  tópicos ou orais.

Importante ressaltar que os pacientes com HS podem apresentar inúmeras comorbidades associadas sendo as principais:
– Aumento do risco cardiovascular pelo quadro de inlflamação crônica
– Doença Inflamatória Intestinal (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa)
– Espondiloartropatias 
– Depressão

O não reconhecimento adequado desta condição pode levar à um agravamento das lesões com surgimento de fístulas e cicatrizes permanentes. As lesões costumam doer e apresentar intensa secreção gerando prejuízos enormes na vida pessoal e profissional destes pacientes.

Sabe-se, pelos estudos , que a HS é uma das das doenças que mais impactam negativamente na qualidade de vida já que está associados à quadros de depressão assim como desligamentos ou perdas de promoções no trabalho.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, ou seja, a presença de lesões inflamatórias típicas (como nódulos, abscessos) assim como cicatrizes e fístulas em localizações típicas são suficientes para o diagnóstico e classificação da Hidradenite.

No momento ainda não é disponível marcadores laboratorias específicos para esta condição e os exames de sangue costumam identificar apenas uma inflamação crônica.

A utilização da USG de alta frequência é uma ferramenta muito valiosa que ajuda não só no  estadiamento da HS como também na delimitação das lesões pré- operatórias.Trata-se de um recurso muito útil na prática mas que requer treinamento específico.

Existem várias classificações para avaliar a gravidade da HS cada uma com suas limitações como a classificação de Hurley e IHS4. 

Tratamento

O tratamento da Hidradenite requer um cuidado multidisciplinar em que o dermatologista é peça fundamental para seguimento destes pacientes. Medidas não farmacológicas incluem:
– Redução do peso
– Evitar tabagismo 
– Evitar atrito no local
– Epilação a laser
– Uso de roupas confortáveis

O tratamento farmacológico envolve medicamentos tópicos e sistêmicos como , por exemplo, o uso prolongado de antibióticos orais com atividade anti-inflamatória.

Avanços  no entendimento da Hidradenite Supurativa proporcionou, recentemente , o surgimento de novos tratamentos como o Adalimumabe. Trata-se do único medicamento imunobiológico aprovado até o momento para o tratamento das lesões inflamatórias da HS e disponível tanto na rede publica como privada.

Estes novos tratamentos abrem um horizonte de possibilidades para o controle e manejo da HS.

Importante ressaltar o fundamental papel da cirurgia nesta condição principalmente quando já existe dano tecidual irreparável como nas fístulas e cicatrizes.

A Clínica DERMIC conta com uma equipe pronta para atender os pacientes com HS e oferecer os tratamentos mais atuais na área.